Seis duendes no meu coração

O Tommy está farto de ouvir os adultos dizerem-lhe que é uma criança demasiado sensível, e começou a pensar que é um seu defeito, tornou-se uma coisa de que se envergonha. Os colegas também não lhe dão tréguas: atribuiram-lhe alcunhas terríveis e não perdem uma ocasião para fazer pouco dele quando se zanga, chora ou simplesmente está encantado, à janela, a vêr as flores lá fora.

Certo dia, porém, descobre que no seu coração vivem seis pequenos duendes: o Feliz, o Sonhador, o Medricas, o Chorão, o Zangado e o Enjoado, e que é por culpa deles que é demasiado sensível!

Está disposto a livrar-se deles, mas como? É então que surge a bruxa Renza, misteriosa habitante do seu frigorífico, e se oferece para o ajudar. Mas ninguém podia prever as consequências…

Um livro que fala directamente ao coração de grandes e pequenos com a felicidade, a distracção, o medo, a tristeza, a raiva e a repugnância dos protagonistas, ensinando o valor e a importância de todas as emoções.

DO LIVRO

O seu nome era Tomás, mas todos lhe chamavam Tommy. Tinha nove anos, o rosto redondo e bochechudo, a pele muito clara e meia dúzia de sardas no nariz. […] Como todas as crianças da sua idade, o Tommy adorava jogar videojogos e era louco por gelado, batatas fritas e bolo de chocolate. Todos os anos esperava ansiosamente a chegada da neve porque era um pequeno campeão do ski. Na escola não era um génio, mas empenhava-se bastante para evitar meter-se em situações embaraçosas. Infelizmente, nem sempre conseguia.

“É uma criança tão sensível!” diziam os adultos, referindo-se a ele.

“Que azar! Que chatice!” pensava o Tommy, que acreditava tratar-se uma coisa muito, muito má. “Tive mesmo azar em nascer assim. Mas o que raio significa ser sensível?” interrogava-se, sem nunca achar a coragem para perguntar a alguém. […]”